Conheça os segredos de um Brasil escondido no Caminho do Peabiru
04/07/2025
(Foto: Reprodução) Expedição enfrenta matas, rios e montanhas para revelar os vestígios vivos de civilizações que fizeram o país O que você encontra ao pisar em um caminho que tem milhares de anos? No terceiro episódio da série Caminho do Peabiru, a resposta vem com lama nas botas, suor no rosto e olhos atentos a cada detalhe da paisagem.
Ao lado das equipes da Dakila Pesquisas, atravessamos trilhas fechadas, rios caudalosos, pedras cobertas de musgo e vestígios silenciosos de uma história que sobreviveu ao tempo, mas, por pouco, não sobreviveu ao esquecimento.
Neste terceiro episódio é o corpo que conduz a narrativa. É na prática, passo a passo, que o Peabiru se revela. Essa rede ancestral de trilhas que atravessa Santa Catarina, Paraná e São Paulo, e vai muito além, ganha contornos físicos.
Ao caminhar por trechos preservados, os pesquisadores buscam entender com os próprios sentidos o que as civilizações originárias vivenciaram.
Uma viagem sensorial e arqueológica
As expedições percorreram zonas de mata densa onde só é possível avançar com facão, cordas e preparo físico. Em meio à vegetação, surgem inscrições em pedras, plataformas artificiais, antigos caminhos ainda visíveis no solo e formações que desafiam a ideia de que essas áreas eram “intocadas”.
Pelo contrário: cada metro percorrido reforça a ideia de que havia ali um projeto, uma estrutura geográfica com propósito, alinhada com rios, astros e trajetos interligados.
Além da observação direta, as equipes documentam tudo: marcas no solo, formações de pedras, padrões nas trilhas. Muitos desses sinais são quase imperceptíveis ao olhar desatento, mas têm significado profundo quando analisados à luz da história indígena e da ciência arqueológica moderna.
A história contada pelo caminho
Durante a jornada, a conexão entre passado e presente se torna mais clara. O Caminho do Peabiru não é apenas uma trilha antiga — é um testemunho da inteligência, espiritualidade e organização dos povos originários. E caminhar por ele é uma forma de escutar o que a floresta tem a dizer, mesmo em silêncio.
As paisagens são deslumbrantes, mas o que mais impressiona é o que está escondido nelas: a memória viva de uma civilização que entendia seu território em profundidade.
Rios que serviam como corredores de navegação, morros que funcionavam como marcos astronômicos, pedras posicionadas com precisão inexplicável, tudo indica um conhecimento que vai além da sobrevivência: trata-se de sabedoria.
Mais que arqueologia, um reencontro com o passado
Para os membros da expedição, percorrer o Peabiru é mais que uma missão científica, é um reencontro com tempos passados e povos que construíram o país muito antes do “descobrimento” . Uma reconexão com raízes que ainda pulsam sob o solo. E essa caminhada é também um chamado para que o Brasil reconheça, preserve e valorize esse patrimônio imenso e ainda pouco compreendido.
Este episódio mostra que, às vezes, é preciso andar para trás no tempo para seguir em frente com consciência. O Peabiru está lá, esperando ser redescoberto, não apenas com tecnologia, mas com presença. E talvez, com reverência.
Caminhe com a gente e descubra os segredos do Caminho do Peabiru no ep. 3:
Caminho do Peabiru | Episódio 3
